segunda-feira, 14 de julho de 2008

Pilates melhora concentração e postura das crianças


As crianças têm se queixado de dores cada vez mais cedo, o que é causado pelo grande número de atividades, peso excessivo das mochilas e uso intenso do computador e vídeo game.

Segundo a professora de educação física Andréa Melo, 20% das crianças com idade entre sete e 16 anos reclamam de dores na coluna e lombares. “Eu não me lembro de sentir dores no corpo com tão pouca idade”, diz ela.

Para aplicar a técnica do pilates nas crianças, Andréa estudou e fez testes durante dois anos e meio até colocar em prática. “A técnica trabalha a postura e as crianças precisam disso. Elas têm que saber como se sentar na hora de estudar e comer”.

Se para os adultos o pilates trabalha o reequilíbrio corporal e reeducação postural, para os mais novos ele previne problemas mais sérios. Ele vem para educar e minimizar problemas de postura e doenças que podem surgir depois.

Para Andréa, um problema sério é a falta de informação das crianças a respeito da postura correta. “Os pais dizem para os filhos se sentarem direito, mas não explicam a eles qual é a forma correta”.

Crianças acima de nove anos já têm capacidade maior de concentração e atenção, fundamentais para o pilates, que trabalha a partir do auto-conhecimento do corpo. Por isso, as que possuem essa idade já podem praticar. Elas utilizam os mesmos aparelhos que os adultos, porém há uma adaptação para atender a altura delas. A professora utiliza almofadas, caixas de diferentes tamanhos e molas menores.

Segundo Andréa, o ideal é que fossem feitas duas aulas, de 50 minutos cada uma, por semana. Porém, diante de tantas atividades que os pais priorizam para os filhos, que seja feito, pelo menos, uma vez por semana. Como qualquer outro exercício, o pilates pede roupas leves, confortáveis. Porém, é feito descalço ou de meia, já que os pés são importantes para expressar o que se passa no corpo. “Através deles percebemos muitas coisas a respeito do corpo”.

O fato de que crianças não podem fazer força, o que impediria o crescimento, é afastado pela professora. Ela enfatiza que todos os exercícios são progressivos e adequados a elas, respeitando os limites. “Ao contrário do que dizem, ele estimula o crescimento”. Ela alerta que esta não é uma atividade aeróbica, portanto, não é usada para perder gordura. “Para isso, tem que fazer algum esporte ou dançar”.

Porém, existe uma linha do pilates que proporciona a perda de gordura. É o aerobic ball, atividade realizada em grupo. São duas aulas por semana, de 30 minutos cada uma. Além desta, também há o pilates fisioterápico, voltado para crianças que nasceram com alguma patologia e precisam tratar com fisioterapia.

“Este é o caso de quem nasce com o pé tortinho e costuma cair muito”, completa ela.
A professora explica que o diferencial da técnica é o fato de os exercícios serem individuais, possibilitando trabalhar o que as crianças mais precisam, atingindo o objetivo de cada uma. Ela acrescenta que a avaliação física também é desenvolvida especialmente para elas.

Entre os benefícios para as crianças que praticam pilates, Andréa aponta a proteção do sistema locomotor, a melhora na postura, no sono e no alongamento. Ele diminui o estresse infantil, proporciona relaxamento e minimiza o desconforto do estirão de crescimento, quando a criança começa a entrar na adolescência e cresce demais, o que provoca dores.
Fonte: Revista Pilates - online

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