segunda-feira, 25 de junho de 2012

Dores pode ser sinal de osteoporose



Incômodos que chegam a impedir movimentos e locomoção indicam que algo não vai bem com os ossos. Dores crônicas na coluna podem ser muito mais do que problemas de má-postura. O dolorido incômodo, que chega a levar os pacientes para os prontos-socorros, pode significar que o osso já está multifraturado, conseqüência de uma osteoporose instalada.

A doença é caracterizada pela redução da quantidade e da qualidade da massa óssea, e pode não apresentar nenhum sinal antes de provocar as primeiras micro fraturas, por isso é chamada de silenciosa. O perigo está instalado justamente aí: estudos apontam que fraturas oriundas da osteoporose podem aumentar em até oito vezes a taxa de mortalidade.

De acordo com o endocrinologista e membro do Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. João Lindolfo Borges, é muito comum pacientes em primeira consulta já apresentarem sinais avançados da doença. “Infelizmente as pessoas não imaginam que é possível já estar com os ossos fraturados, sem sentir nenhum sinal antes”, afirma.

Para se ter uma idéia, o recente estudo Brazos realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da USP, apontou que aproximadamente 70% das mulheres e 85% dos homens que já haviam apresentado uma fratura por fragilidade óssea desconheciam que a mesma tinha sido causada pela osteoporose.

Segundo o especialista, é importante que os fatores de risco para desenvolver a osteoporose sejam melhor divulgados para que as pessoas fiquem mais atentas. “Além da idade avançada, pessoas com baixo peso, de raça branca e com histórico de doença na família são mais suscetíveis a desenvolver o problema.

Um estilo de vida pouco saudável, caracterizado pelo consumo de fumo, ingestão regular de bebidas alcoólicas, falta de atividade física, dieta pobre em cálcio e pouca exposição à luz solar também contribuem para o maior risco”, afirma o médico. O médico aconselha as pessoas com tais características a realizar exames periódicos, como a densitometria óssea, um exame simples e indolor que pode ser descrito como uma “radiografia” do corpo.

As mulheres são maioria no grupo de risco. “No Brasil, cerca de 30% das pessoas do sexo feminino são acometidas pela osteoporose no período pós-menopausa. Nesta fase os níveis de estrógenos, hormônio produzido no ovário e responsável pela fixação do cálcio, ficam bastante baixos e essa deficiência hormonal contribui para a evolução da doença”, explica Dr. João Lindolfo.

Ter uma dieta rica em cálcio, manter atividade física regular, evitar o uso de álcool e fumo são algumas atitudes que podem ajudar na prevenção da doença. Além disso, os tratamentos para a osteoporose evoluíram muito nos últimos anos, trazendo mais conforto para o paciente até na freqüência da administração. Na terapia à base de remédios, comprimidos antigamente ingeridos com freqüência diária hoje já podem ser tomados semanal e até mensalmente, caso do ibandronato de sódio.




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