quinta-feira, 18 de abril de 2013

EXCESSO DE ATIVIDADE FÍSICA PODE SER PREJUDICIAL SEM ACOMPANHAMENTO ADEQUADO


Segundo especialistas consultados pelo A CRÍTICA, o excesso de treinamento pode comprometer a própria evolução muscular do indivíduo, que tem no repouso um de seus principais aliados.


Ninguém ignora que a prática de atividade física seja indispensável à saúde plena de nossos corpos e mentes, minimizando o risco de doenças como hipertensão, diabetes e dando mais qualidade de vida a seus praticantes, sejam eles profissionais ou amadores.

Porém, isso não significa que quanto mais atividade física melhor. Segundo especialistas consultados pelo Vida & Estilo, o excesso de treinamento pode comprometer a própria evolução muscular do indivíduo, que tem no repouso um de seus principais aliados.

“Muita gente pensa: ‘quanto mais eu corro, mais eu melhoro’. Não é assim! O repouso é fundamental para a prática de exercício, pois é nesse período que o músculo se recupera e gera a adaptação, ou seja, o aumento de resistência desse músculo”, explica o educador físico Marcio Soares.

Limites

Marcio conta ainda que, diante do considerável aumento no número de eventos de corridas pedestres na cidade, chegou a recomendar aos cerca de 60 alunos da Marcio Soares Assessoria Esportiva que não participem de todas as provas: alterar bruscamente o calendário de treinamento aumentaria significativamente o risco de lesões.

“Tem corrida quase toda a semana. E nas competições o estresse (físico e psicológico) é ainda maior”, diz ele. “Às vezes as pessoas não sentem que estão forçando a barra porque o sistema cardiovascular se adapta mais rápido que as articulações. Você tem gás, mas as articulações estão no limite”.

De molho

O também preparador físico Michel Oliveira dá aulas de treinamento funcional, um tipo de condicionamento físico feito na areia. Ele vê positivamente o crescimento no número de corridas pedestres na cidade e incentiva seus alunos a participarem, mas mostra preocupação quanto ao risco de lesões por parte de alguns praticantes.

“Muita gente só fala dos benefícios da corrida, mas também existem riscos”, diz ele. “Se a prática for feita de forma inadequada, pode sobrecarregar os sistemas articulares – tornozelo, joelho, quadril, coluna – e gerar microfissuras na tíbia (percebidos por dores na canela), entre outros problemas”, exemplifica.

Um desses “outros problemas” ocorreu justamente com uma das mais dedicadas alunas de Michel, a cirurgiã-dentista Maryalva Figueiredo, 45. É que além do treinamento funcional, ela ainda corre, pedala e faz natação quase todos os dias da semana, inclusive sábados e domingos. Orientada várias vezes por Michel a resguardar um tempo de repouso, ela precisou ser deixada de fora dos últimos treinos para uma necessária recuperação muscular.

“Contraí um rabdomiólise, uma doença típica de overtraining (excesso de treino). Reconheço que a carga de treino é excessiva, sou uma pessoa que gosta de superar desafios. Mas o desafio agora é me controlar (risos)”, conta Maryalva.

Postura é fundamental

O presidente da Associação Amazonense de Fisioterapia (Assafi), Daniel Xavier, aconselha aos “novos atletas” a passarem por uma avaliação médica para exames específicos de acordo com a faixa etária do paciente, ressaltando também a importância de procurarem um profissional em fisioterapia para fazer uma avaliação postural. “A avaliação é para que seja possível traçar medidas preventivas que minimizem ao máximo as alterações posturais”, explica.

Destaque

Segundo os profissionais consultados por A CRÍTICA, vários fatores interferem na prescrição das atividades por parte do preparador físico: idade, gênero, peso, histórico esportivo, avaliação médica prévia e até o tipo de trabalho. Ou seja, cada pessoa tem um tempo ideal de treinamento que, caso excedido, pode gerar lesões.

Fonte: www.fisioterapia.com.br

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