Essa é uma dúvida muito frequente entre os praticantes de Pilates. Como deve ser o retorno aos treinos quando se faz alguma cirurgia. A revista Pilates Style, referência do meio para os americanos, trouxe na edição deste mês a resposta a esta dúvida, enviada por um leitor. Quem responde é o instrutor Rael Isacowitz, reconhecido internacionalmente como um expert da área. Olha só:
P: “Quanto tempo você deve esperar para fazer Pilates depois de uma grande cirurgia?”
R: Tudo depende do tipo da cirurgia. Para a maioria das cirurgias ortopédicas – joelho, quadril ou ombros – o objetivo é retornar às atividades o quanto antes. Isso também vale para cirurgias abdominais, em que andar em casa um ou dois dias depois da cirurgia é recomendado para ajudar no restabelecimento. É claro que existem exceções, como as cirurgias na coluna, e é muito importante seguir as orientações do seu médico. Mas a essência é que se movimentar é bom.
Se movimentar não significa necessariamente fazer Pilates, ou mais especificamente o tipo de Pilates que você estava acostumado a fazer. Em geral, o processo implica séries mais leves no início, para depois ter uma movimentação mais ativa. Essas fases devem ser acompanhadas com foco na consciência corporal e a definição correta dos músculos no padrão correto. A sequência é o fortalecimento gradual e o treinamento funcional.
Isso tudo pode ser alcançado nas sessões de Pilates. No entanto, sua rotina de treino e cada exercício precisam ser adaptados para a sua situação. Essa é a importância de treinar com um professor experiente, que saiba trabalhar com lesões e doenças, tenha uma boa compreensão do repertório que o Pilates oferece e saiba como modificar os treinos, suprimindo alguns movimentos.
É importante lembrar que o corpo precisa de tempo para se curar. Boa alimentação, exercícios, boas noites de sono e pensamento positivo ajudam muito, mas o fato é que o processo pode ser melhorado, mas não apressado. Eu cometi o erro de apressar minha reabilitação depois de uma cirurgia no ombro porque fui incapaz de aceitar que, embora com força de vontade e energia, não poderia acelerar o processo de recuperação. Eu me machuquei várias vezes pegando pesado e na verdade atrasei esse processo. Quando o tempo veio cobrar o outro ombro, eu estava muito mais cauteloso e equilibrado.
Sem dúvidas, o Pilates pode ter um papel fundamental para o nosso retorno ao dia-a-dia e nossas atividades atléticas. Certamente o fez em minhas cirurgias. Eu não teria conseguido recuperar 100% das funções dos meus ombros sem a prática. Depois de serem submetidas a fisioterapia pós-cirurgia e de voltar a suas tarefas diárias, as pessoas raramente são instruídas a continuar com outros programas de exercícios. Mesmo que recebam um treino no papel, vamos encarar, sem instrução, muitas pessoas não vão fazê-lo e, mesmo com as melhores intenções, inevitavelmente haverá consequências. Existe uma grande diferença entre executar tarefas diárias, como tomar banho e pentear o cabelo, e os exercícios (Pilates, corrida, ciclismo, natação, etc.). É para fazer essa ponte que o Pilates vem, e poucos métodos de treinamento, se houver, serão tão bons.
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