Você resolveu adiar a maternidade e agora, aos 35 anos ou mais, decidiu se tornar mãe, mas não sabe ainda por onde começar. Segundo ginecologistas ouvidos pelo iG, é necessário fazer um acompanhamento antes de engravidar, para mapear problemas de saúde prévios que possam prejudicar sua fertilidade, atrapalhar a gestação ou prejudicar o bebê.
O ginecologista Augusto Bussab, especialista em infertilidade conjugal do Centro de Fertilização Augusto Bussab, explica que os exames de rotina são importantes.
“A mulher deve avisar o médico que pretende ser mãe”, explica. “Assim pediremos exames de sorologia, para ver se ela tem alguma doença que pode ser transmitida para o bebê, hemograma completo, dosagem de glicose e tireoide, porque os hormônios desregulados podem causar um aborto. Também vamos receitar ácido fólico precocemente, porque a carência dele pode levar a alguns tipos de má-formação”.
Até os 35 anos, é normal esperar até um ano para engravidar. Depois dos 35, os ginecologistas aconselham que, se depois de seis meses de tentativas a mulher não engravidar, que procure um especialista.
A ginecologista Silvia Herrera, coordenadora da Medicina Fetal do laboratório Salomão Zoppi explica que manter uma vida saudável é importante para engravidar. “Esse papo de alimentação saudável, de estar dentro do peso não é balela, porque uma coisa vai levando à outra. Se a mulher estiver obesa, corre maior risco de desenvolver diabetes, que, por sua vez, eleva o risco de má-formação fetal”.
O aconselhamento genético só é recomendado para aquelas mulheres que têm um histórico familiar de má formação ou de problemas hereditários.
“Todo mundo tem a possibilidade de ter um filho portador da Síndrome de Down. Mas se a mulher tem uma prima, uma tia, ou o marido tem parentes com Down, a probabilidade aumenta”, explica Bussab. “Para esses casos o aconselhamento genético é recomendado e, se tiver problemas, o médico vai orientar para fazer fertilização in vitro, porque se faz a seleção genética”.
Riscos
Os riscos de uma gestação com possíveis complicações aumenta com o passar dos anos. O perigo de adiar a maternidade é uma preocupação que Sílvia transmite às pacientes. “Cada vez mais se vê mulheres que postergam a gravidez por motivos que às vezes nem são importantes, como querer comprar um carro ou viajar. Elas não sabem do aumento do risco, da diferença que faz engravidar um ano mais jovem”, alerta.
Segundo a ginecologista, a mulher com mais de 35 anos tem um risco mais elevado de desenvolver pré-eclâmpsia , diabetes gestacional e ter um bebê com síndromes. “Por causa do risco aumentado da síndrome, as mulheres têm maior risco de sofrer aborto”, explica. “O risco sobe exponencialmente depois dessa idade”.
Se a gravidez for tranquila, o pré-natal é igual ao das mulheres mais novas. “Se houver alguma intercorrência, as consultas serão personalizadas de acordo com a necessidade da paciente”, conta Sílvia.
A chance de engravidar depois dos 35 anos, no entanto, reduz a cada ano. As taxas de fertilidade diminuem e é preciso correr contra o tempo.
“Fazemos essa recomendação de não esperar mais que seis meses tentando engravidar, e procurar um especialista imediatamente após esse tempo, porque a cada mês que passa, a dificuldade de engravidar aumenta. Isso se acentua mais aos 38 anos e ainda mais depois dos 40”, explica Bussab.
Fonte: saude.ig.com.br
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