Essa lesão pode ser evitada com alongamento e fisioterapia.
Quem corre sabe da contribuição que os músculos trazem ao corpo inteiro durante a prática do esporte. Além do trabalho de sustentação do joelho, alguns músculos das pernas, mais especificamente das coxas, também agregam a função de estabilizadores do quadril.
Os músculos adutores, localizados na parte interna da coxa, têm a função de fazer a adução do quadril, ou seja, o movimento de fechamento das pernas. “Esses músculos com os ísquios tibiais são os principais responsáveis pelo movimento da pélvis e têm a função de estabilização do quadril durante a corrida”, explicou o médico de esporte, Glauber Alvarenga, especialista em fisioterapia neuro-músculo esquelética pela Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo.
Outra mecânica que os músculos são atuantes, nesse caso em menor intensidade, é o da amplitude da passada. Para o treinador e sócio do Personal Life, Ricardo Hirsch, a execução do movimento deve ser bem apurada para que a sustentação do joelho se faça por meio de força e resistência. “Apesar de não ser o músculo principal da amplitude da passada, os adutores auxiliam no trabalho para o movimento fluir mais naturalmente”, disse Hirsch.
A intensidade da força, a velocidade e o posicionamento do corpo para alcançar o movimento preciso durante a corrida podem prejudicar a musculatura durante o percurso. O estiramento dos adutores, que reflete em fisgadas agudas na virilha, pode ser causado pelo falta de alongamento da região. “A lesão pode acontecer quando o atleta não possui muito alongamento muscular ou também quando ele não está muito aquecido antes do treinamento ou da prova”, explicou Glauber.
A maneira como caminhamos ou corremos também pode estimular para o estiramento muscular dos adutores. A fisioterapeuta Ana Luiza Uchoas Arantes, formada pela Puc-Campinas e especialista em UTI, Osteopatia e RPG (método Sourchard) afirma que o mal funcionamento biomecânico da estrutura pélvica, mecânica correta de caminhar e dos movimentos esportivos, pode ser o causador de lesões. “Um exemplo disso é quando um atleta possui um lado do adutor mais retraído do que o outro. Isso pode causar o estiramento ou mesmo o encurtamento do músculo”, garantiu.
Segundo o treinador Emerson Gomes, da MPR Assessoria Esportiva, cerca de 10% a 20% dos esportistas brasileiros são acometidos com o estiramento nos adutores, as famosas fisgadas na virilha.
Tipos de lesões
As lesões, que também pode ocorrer com a abertura extrema da perna ou em momentos de alta velocidade e movimento brusco durante a largada de uma corrida são classificadas em três graus. “Na lesão de 1º grau acontece somente o estiramento do músculo. Já na de 2º, parte do músculo sofre uma ruptura e, na de 3º grau, os adutores rompem-se completamente”, explicou o especialista Glauber.
Dependendo do grau da lesão, o corredor pode ficar até seis semanas sem fazer nenhuma atividade física. “Em estiramentos de 2º grau, o atleta pode ficar durante semanas afastado dos treinos. Enquanto que uma lesão mais profunda, de 3º grau, o atleta pode até ter de passar por uma intervenção cirúrgica”, alertou Alvarenga.
Prevenção e tratamento
Para evitar dores agudas e problemas crônicos, como a inflamação do púbis é necessário adicionar cuidados extras à rotina de treinamento. O especialista Emerson recomenda: “fortalecimento muscular regular, dando prioridade para os exercícios de propriocepção, prática terapêutica, além dos tradicionais de força e resistência”. Além disso, é fundamental fazer um bom aquecimento antes de começar a corrida, pois, assim, você prepara o corpo para receber o impacto das passadas no asfalto.
Em paralelo à execução de exercícios físicos, a fisioterapeuta Ana Luiza aconselha o uso de técnicas como Osteopatia, manipulações osteomusculares e, posteriormente, RPG: “É a partir da correção das simetrias da cintura pélvica que o estiramento deixa de acontecer.
O trabalho multidisciplinar feito em conjunto com um fisioterapeuta e o treinador do atleta também ajuda a prevenir esse tipo de lesão”.
O estiramento pode ser tratado ainda com técnicas especificas de fisioterapia, como analgesias, eletroterapia, ou ainda com gelo no local e repouso.
Fonte: fisioterapia.com
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