domingo, 15 de fevereiro de 2015

Osteopatia: muito além da coluna

A Osteopatia é um sistema de cuidados completo, tratando desordens dos diversos sistemas do corpo. Não é raro ouvir de um paciente que nos procurou para tratar de uma hérnia discal que ele passou a dormir melhor, melhora da função intestinal, diminuição dos sintomas da TPM, alívio das dores de cabeça etc. Tudo isso se deve a abordagem osteopática, a busca pela causa e não pelos sintomas, a busca por harmonizar o todo, não apenas em oferecer alívio das queixas do paciente.
Realizar um tratamento osteopático é muito mais que "estalar" seu paciente é colocar em prática as leis básicas (e simples) que regem a osteopatia. A intervenção manual aplicada sobre as articulações, músculos, fáscias, vísceras, tecido nervoso, ligamentos e capsulas oferecem resultados rápidos e seguros desde que aplicada por um profissional habilitado e capacitado. Apesar de muitas vezes ser vista como algo místico a Osteopatia é totalmente baseada na ciência e tem como fundamentos a anatomia, fisiologia, semiologia e seu tratamento é realizado mediante uma avaliação clínica criteriosa.
Sempre costumo dizer que para trabalhar com osteopatia a avaliação é 99% do tratamento, a manipulação, a correção deve ser sempre consequência do que foi encontrado na avaliação, o que torna a osteopatia diferente não são as manipulações, mas a visão que o fisioterapeuta passa a ter do paciente. Além dos problemas de coluna (Lombalgia, dorsalgia, cervicalgia, hernias discais, espondilolistese, artrose etc), a Osteopatia é eficaz no tratamento de LERDORT, tendinites, cefaleias, disfunções da ATM, labirintite, TPM e muitos outros.

Se divide em Osteopatia estrutural, visceral e craniana, que se complementam para tratar o paciente de maneira global. O profissional habilitado a praticar a osteopatia no Brasil é o fisioterapeuta especializado em osteopatia. Essa especialização segundo a resolução 220 do COFFITO deve conter 1.500 horas, apesar de a abertura de provas de titulos de especialidade NA MINHA OPINIÃO, o paciente deve procurar sempre por um profissional que concluiu a especialização de 1.500 horas, devido a complexidade da Osteopatia.


Osteopatia Estrutural: Está relacionada às disfunções do sistema músculo-esquelético e tem como principal foco de trabalho as dores do corpo. Atua desta forma principalmente nos tecidos: ligamentar, muscular, tendíneo, articular, nervoso e fascial. Para atuar sobre os tecidos que estejam em disfunção (com restrição de sua mobilidade) pode valer-se de um grande número de técnicas com repercussões distintas sobre cada tecido: stretching (muscular); pompagem (ligamentar e vascular); miotensiva (muscular); articulatória (ligamentar e muscular); inibição (muscular); thrust (ligamentar, muscular, capsular e vascular); pontos gatilho (muscular); técnicas funcionais (fáscias) e técnicas neuromusculares (muscular, vascular e fascial).


Osteopatia Visceral: Está voltada para o bom funcionamento sistêmico do corpo, ou seja, lida com as relações entre as vísceras, sistema nervoso central e o sistema estrutural. Tem como principal foco de tratamento as alterações viscerais e sistêmicas. As técnicas podem ser realizadas diretamente sobre as vísceras, fáscias que as sustentam e/ou reflexamente através da estimulação e normalização dos centros simpáticos e parassimpáticos. Na visão osteopática essas alterações viscerais podem ter origem simpática, parassimpática, hormonal, restrição tecidua e diminuição do líquido seroso presente na cavidade abdominal. Os principais efeitos da manipulação visceral são: eliminação do espasmo reflexo da musculatura lisa do trato visceral; estiramento das fáscias com o fim de liberar as aderências e dar elasticidade e liberdade de movimento; aumento da vascularização local, suprimindo o angioespasmo; supressão do arco reflexo nociceptivo, neurovegetativo ocal que agrava ou mantém a facilitação medular. Os principais sintomas com indicação de tratamento por osteopatia são: hérnia de hiato; ptoses viscerais; asma brônquica; pneumonia; constipação intestinal; distúrbios hepatobiliares; alterações cardíacas; distúrbios renais; alterações do ciclo menstrual; síndrome pré-menstrual; alterações hormonais; queda da imunidade; patologias sistêmicas de origem visceral.


Osteopatia Craniana: Se relaciona principalmente com o sistema neurovegetativo, nervos cranianos e o livre trânsito de informações neurológicas por toda a extensão da coluna vertebral (o que chamamos de eixo central), até o sistema nervoso central (cérebro, tronco cerebral e cerebelo). Todos os sistemas reguladores do corpo dependem desta integridade de informações. Os principais focos a serem tratados são: o sacro (pela relação com a duramáter – mecanismo crânio-sacro), as fáscias presentes na base do crânio, a saída dos pares cranianos pelos forames cranianos e as aderências medulares. Basicamente são utilizadas as técnicas funcionais que, apesar de suaves, produzem efeitos importantes como demonstra a pesquisa realizada pelo médico e osteopata russo Dr. Yuri Moskalenko que conseguiu quantificar por meio de barorrecepetores intracranianos em pacientes com trauma crânio-encefálico, a diminuição da pressão intracraniana após os procedimentos osteopáticos. Tem como principais indicações os seguintes sintomas: cefaleias e enxaquecas; distúrbios visuais e auditivos; disfunções da articulação têmporo-mandibular; distúrbios de deglutição; alterações digestivas (pela inervação do nervo vago); alterações vestibulares; alergias; rinites e sinusites; otites; dores crônicas.


Fonte: Portal Fisioterapia

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