sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Exposição ao sol aumenta produção de vitamina D

Saiba como suprir as necessidades diárias do seu filho mesmo na estação mais fria do ano. Formação da massa óssea, melhor atuação do sistema imunológico, prevenção do diabetes tipo 1 e diminuição de outros problemas metabólicos são alguns dos benefícios da vitamina D para o organismo. Para se ter uma ideia, o nutriente é responsável por regular a expressão de mais de dois mil genes no nosso organismo. Não é para menos que sua deficiência está relacionada a males diversos, como esclerose múltipla, câncer de próstata, de mama e de intestino, e a problemas cardiovasculares, conforme enumera a pediatra Natália Oliveira, especialista em endocrinologia infantil e medicina preventiva associada à nutrição funcional, de São Paulo.

Ocorre, que a vitamina D é encontrada em quantidades ínfimas nos alimentos, como peixes de carne gordurosa, ovos, margarina e manteiga. Por isso, a exposição solar é a grande responsável por promover a síntese da vitamina por meio da pele, assegurando as doses necessárias para o funcionamento saudável do organismo. O problema é que, no inverno, a menor incidência de raios solares prejudica a fabricação do nutriente. Uma pesquisa da Universidade de Harvard (EUA) aponta que, durante a estação, a carência da vitamina está associada ao enfraquecimento das defesas do organismo contra agentes externos. Após avaliarem 744 crianças em idade escolar e dosarem suas taxas de vitamina D, os especialistas identificaram 250 participantes com deficiência. Metade deles passou a receber doses diárias de suplemento, o que impactou em um resultado expressivo: uma incidência duas vezes menor de infecções respiratórias, como pneumonia e bronquite, em comparação com o grupo que não recebeu o reforço.

A pediatra Natália Oliveira explica que, em dias nublados, os raios ultravioletas alcançam a pele por meio do mormaço, mas sua ação pode ser insuficiente. Além disso, regiões distantes da linha do equador, como o sul e o sudeste do Brasil, tendem a receber ainda menos radiação. Portanto, aumenta a necessidade de exposição. No caso específico dos bebês, a vitamina D é crucial por promover a absorção do cálcio para a formação óssea. Por isso, os cuidados para manutenção de aportes adequados de vitamina D devem ser redobrados. O leite materno e as fórmulas infantis não dão conta de suprir essa necessidade. E como a natureza é instável e os efeitos da exposição solar podem ser influenciados por roupas, clima e uso do filtro solar, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que todas as crianças de até 2 anos recebam suplemento, seguindo a orientação do pediatra. Passado esse período crítico, o reforço fica restrito a casos específicos, a critério médico e o sol assume seu papel de protagonista na produção de vitamina D.

De acordo com Kerstin Abagge, pediatra especialista em dermatologia da Universidade Federal do Paraná, somos capazes de produzir mais vitamina D na infância do que na fase adulta. Por isso, na maioria dos casos, apenas alguns minutos de brincadeira ao ar livre são suficientes para garantir a demanda do corpo. Na hora de expor seu filho ao sol, é importante respeitar horários em que a radiação é mais leve, antes das 10h e após as 16h. Apenas 17 minutos por dia, com braços e pernas expostos, costumam dar conta do recado, conforme a orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria.

ANTES DE NASCER

Há evidências científicas de a falta de vitamina D nas mães, durante a gravidez, está associada a uma maior ocorrência de autismo nas crianças. De acordo com Natália, a necessidade do nutriente aumenta nessa fase, por isso, vale ponderar com o obstetra a possibilidade de suplementação. Natália também chama atenção para gestações tardias, que demandam ainda dessa substância. “Mães mais velhas provavelmente precisarão de uma dose maior porque, após os 20 anos de idade, a capacidade de síntese de vitamina D cai progressivamente”, afirma.

Fonte: Odebate

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