Não é raro entre um atendimento e outro conversar com o ciclista sobre o fortalecimento específico para melhoria do posicionamento na bike e consequentemente a melhoria da sua pedalada. Mas também não é raro essa recomendação ser recebida com olhos e comentários fora de contexto: “Mas homem fazendo Pilates”, “E é bom mesmo?”, “Será que resolve?”, “Pilates não é somente para quem está com lesão? Não é tipo uma fisioterapia?”, “Ah! Mas Pilates é muito fácil. Não faz força alguma.”
Com a evolução na prática da Bike ocorre um ajuste entre corpo e bicicleta. A prática regular do Pilates auxilia nesta evolução, melhorando significativamente a força, flexibilidade e correção postural.
Alguns ciclistas assumem uma postura errada durante o uso da Bike, devido a hábitos posturais errados do dia-a-dia. Sentar sempre apoiado ao braço da cadeira, seja para dirigir ou no trabalho, gera a mesma postura ao sentar na bike, apoiando apenas uma protuberância isquiática no selim, desalinhando e desestabilizando o corpo.
O vício postural somado à falta de fortalecimento dos músculos de sustentação do abdômen, lombar e quadril gera uma desestabilização a ponto de comprometer a transferência de energia para a bike, ocasionando pequenos desconfortos.
Com a prática regular do Pilates o ciclista terá um ganho significativo de força, flexibilidade e correção postural. Segundo Carlos Menezes, ciclista praticante do Pilates, "o fortalecimento de glúteo, abdômen, quadril e lombar, proporcionou a sensação de as pernas estarem mais soltas ou destravadas, deixando-as livres para pedalar e o braços soltos e livres para pilotar a bike. Isso tudo somado à correção permitiu um alinhamento bilateral do corpo, aumentando o conforto e a transferência de energia".
O ciclista Humberto Rezende, educador físico com especialização em Pilates fala sobre o Pilates: “Pilates é responsável por trabalhar o famoso CORE, que nada mais é do que uma caixa constituída por vários músculos, sendo eles: músculos abdominais na parte anterior do corpo, diafragma na superior, glúteos e paravertebrais na parte posterior, e pelo assoalho pélvico e músculos da articulação coxo-femoral (quadril) na porção inferior do corpo. São 29 pares de músculos aproximadamente que compõem esta “caixa”, onde todos ajudam a estabilizar a coluna vertebral e pelve durante os movimentos.
Para que haja um fortalecimento do CORE, necessitamos trabalhar toda a musculatura em conjunto, assim conseguiremos atingir a estabilidade e o controle neuromuscular sobre toda a cadeia cinética. Caso venhamos a trabalhar os músculos de forma isolada, não atingiremos o objetivo, que é o fortalecimento e estabilização, pois a coluna se tornará biomecanicamente instável.
E o ciclismo, onde entra nisso? Através do fortalecimento da região citada anteriormente, temos uma melhora significativa de desempenho, isso devido ao ganho de equilíbrio sobre a bicicleta. Vocês concordam que algo em equilíbrio rende mais do que algo que está totalmente desequilibrado?
Uma musculatura harmoniosa irá contribuir para melhora da manobrabilidade da bike, pois a musculatura da casa de força (Power House/CORE) está bem condicionada e equilibrada.
Fonte: Revista Bicicleta
Nenhum comentário:
Postar um comentário