quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Perca a barriga e proteja os pulmões



Eis o conselho com base na nova acusação da ciência contra o excesso de gordura, sobretudo abdominal. Enxugá-la amplia a defesa diante de asma, bronquite, pneumonia...

Portanto, QUERER DIMINUIR O TAMANH...O DA BARRIGA NÃO É APENAS UMA QUESTÃO DE ESTÉTICA, É TAMBÉM DE SAÚDE!

A obesidade ganhou status de doença epidêmica e já foi incriminada como coautora de males que vão de infartos e derrames a tumores. Agora, surgem provas que condenam de vez os quilos a mais por sua ligação com o comprometimento do aparelho respiratório. O acúmulo de gordura, especialmente a que se aloja no ventre, atrapalha a atividade dos pulmões, agravando quadros bastante comuns, como asma, bronquite crônica e até pneumonia — uma das principais causas de internação no Brasil, independentemente do peso.

As últimas evidências desse elo vêm de um trabalho recém-concluído na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que avaliou o impacto da gordura abdominal sobre a função pulmonar de 80 mulheres sem sintomas de problemas respiratórios — só 30% delas eram magras; a maioria se encontrava acima do peso. “As voluntárias obesas tinham uma menor capacidade de expansão dos pulmões e um menor volume de reserva respiratória, ou seja, quando elas expiravam, esses órgãos ficavam com uma quantidade inferior de ar”, resume os achados o pneumologista Roberto Stirbulov, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e orientador do estudo.

Em termos práticos, isso não significa apenas menos gás para subir uma escada ou praticar um esporte, algo vivenciado por qualquer gordinho sedentário. “Se já houver algum problema nos pulmões, o excesso de gordura tende a potencializálo”, aponta Stirbulov. E, seguindo essa lógica, ficaria mais difícil se recuperar e preservar o fôlego e a qualidade de vida.

A barriga pressiona literalmente os órgãos que regem o sistema respiratório. “O excesso de gordura no abdômen eleva o diafragma, o músculo da respiração, e aperta a caixa torácica. Com isso, diminui a reserva de oxigênio destinada às situações de maior desgaste”, explica o pneumologista Mauro Gomes, do Hospital Samaritano de São Paulo. Quem sofre mais é a base dos pulmões, que fica hipoventilada. “Essas áreas que permanecem com menos ar são mais suscetíveis a infecções”, diz Stirbulov. Aí, se uma pneumonia dá as caras, a probabilidade de ela progredir é bem maior.

O cenário fica preocupante para as vias aéreas se levarmos em conta que, de quebra, os quilos indesejados abalam nosso escudo natural contra vírus e bactérias. “Já está comprovado que a obesidade enfraquece o sistema imune, contribuindo, assim, para as infecções respiratórias”, afirma a endocrinologista Claudia Cozer, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. E a gordura na linha da cintura exerce uma participação ainda mais maléfica. É que o tecido adiposo no interior do abdômen libera substâncias que incentivam processos inflamatórios. Esse fenômeno não só deprime as defesas como tem repercussões diretas na árvore respiratória. Quando já há uma inflamação nesses domínios — situação típica da asma, da bronquite e da doença pulmonar obstrutiva crônica, a DPOC —, as moléculas fabricadas pela barriga lançam mais lenha no incêndio, aumentando a frequência, por exemplo, de crises de falta de ar.

“O obeso carrega mais substâncias inflamatórias e elas têm uma ação tanto sistêmica como local”, diz o educador físico e epidemiologista Clóvis Arlindo de Sousa, doutor pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. “Sabemos que uma das principais moléculas envolvidas com a inflamação na asma é produzida pelas células de gordura”, completa. Não é que os quilos a mais levem a esse distúrbio, mas, sim, um indício de que eles podem torná-lo mais grave e resistente aos tratamentos.

“A perda de peso reduz os hormônios de ação inflamatória liberados pelas células gordurosas e promove uma melhora na função pulmonar”, explica o pediatra José Dirceu Ribeiro, da Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista.

Fonte: fisioterapia.com

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