terça-feira, 19 de novembro de 2013

Dor de hérnia de disco

Quem sente dores por causa da hérnia de disco não se restringe em afirmar que aquele incômodo, que muitas vezes começa com a dor nas costas, é insuportável. Se uma já dói, a situação de quem possui duas ou mais pode ser pior ainda, como é o caso da administradora Ludmylla Moura, que está entre os 65% dos casos de população adulta com algum problema na coluna.

Mesmo acostumada a praticar esportes como capoeira e basquete, Moura não escapou do mesmo problema que o pai sofre, as fortes dores por conta da hérnia. O fator genético é um dos principais motivos para o aparecimento desta doença. “Além desse, outros como má postura, esforço repetitivo, permancer horas sentado na mesma posição, obesidade e sedentarismo também estão entre as causas mais comuns”, explica Marcio Penna, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, regional Pará (SBOT-PA), também especialista em cirurgia da coluna.
Discos
A coluna vertebral ou espinha dorsal é constituída por 33 vértebras, que se unem por meio de discos gelatinosos, chamados de discos invertebrais. Estes discos são formados por um núcleo com aparência gelatinosa, chamado núcleo pulposo e por um anel de fibras (externas ao gel). A Hérnia de Disco acontece nesta estrutura.

Quando um desses discos, que normalmente tem a função no organismo de amortecer os impactos sofridos na coluna, é rompido há a saída do núcleo pulposo. O núcleo consiste em uma substância, que por sua vez permite um espaço entre as vértebras e a passagem dos nervos entre elas. Esse vazamento do conteúdo pulposo pode comprimir as raízes dos nervos, causando as famigeradas dores (que irradiam para os membros inferiores), explica Penna.

“Geralmente a dor causada por um disco com hérnia é repentina. Contudo, é normal diminuir depois de algumas semanas, mas a lesão na área persiste por muito tempo”, explica o médico.

Tipos
A administradora Ludmylla tem a doença nas duas áreas em que ela pode se manisfestar: na região lombar próxima ao quadril e na região cervical mais próxima à nuca, onde normalmente acontece fortes dores de cabeça.

A dor costuma ser tão incapacitante, a ponto de deixar a pessoa acometida de cama por vários dias como aconteceu com a administradora que ficou 15 dias seguidos sem poder andar e já teve duas crises de dor em apenas uma semana.

Quando a hérnia é na região cervical, ela pode se espalhar para os ombros e braços. Esta é muito comum após acidentes de trânsito e pode apresentar outras complicações que chegam a paralisia, rigidez nas costas e imobilidade.

Já na região lombar, a dor pode se estender para as pernas, normalmente afeta um dos lados do corpo. Nas duas situações as dores podem vir acompanhadas de formigamentos, espasmos, alteração da sensibilidade, do reflexo e da força dos músculos da pessoa.

“A maioria dos casos de Hérnia de Disco pode ser solucionados com um tratamento considerado conservador e sem cirurgia. A primeira necessidade é reduzir a dor para que o paciente possa começar o mais cedo possível o tratamento fisioterapêutico”, destaca a fisioterapeuta Marcella Machado, subespecialista em coluna vertebral e Reeducação Postural Global (RPG).

Após a etapa da fisioterapia, o indivíduo deve ser encaminhado para atividades de fortalecimento muscular local e sustentação da postura do paciente. Nestes casos, o trabalho multidisciplinar com médico, fisioterapeuta e profissional de educação física é fundamental.

Machado também destaca uma novidade no tratamento de Hérnia, a chamada hidroterapia, realizado em ambiente aquático. “A hidroterapia vem apresentando melhora significativa da capacidade funcional do paciente, aumento da qualidade de vida e alívio da dor”, pondera a fisioterapeuta.

Outra alternativa bem comum, hoje, é o Método Pilates, que segundo Machado apresenta eficácia nos resultados. “O pilates é um condicionamento tanto físico quanto mental e, por ser completo, abrange o corpo de maneira uniforme. Isso acaba por fortalecer, equilibrar e alongar a musculatura da coluna vertebral, trazendo um maior alinhamento e, em determinados casos, trazendo até uma diminuição das tensões existentes”, explica.

Alguns exercícios recomendados para reduzir crises causadas pela hérnia de disco são a mobilização da coluna vertebral, alongamento muscular, fortalecimento muscular isométrico e outros exercícios de diferentes técnicas de terapias manuais. A especialista chama a atenção para exercícios contraindicados, como a flexão e principalmente extensão excessiva da coluna.

“Os casos que evoluem para cirurgia são raros de 3 a 5%, reservados aos pacientes que possuem alteração neurológica importante como perda de força motora evidente e aqueles casos que não melhoram com o tratamento conservador”, ressalta o médico cirurgião Márcio Penna.

Fonte: Qualifica treinamentos

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