A flexibilidade é a capacidade que cada articulação tem de atingir um certo grau de movimento. Ela é determinada, não só pela extensibilidade do músculo, mas também por outras estruturas, como a cápsula articular, ligamentos e tendões.
A flexibilidade é influenciada por diversos fatores: idade, sexo e hereditariedade (fatores intrínsecos, imutáveis); e também por fatores extrínsecos, como temperatura e hora do dia.
Além disso, condição física, respiração e concentração também influenciam na capacidade de movimento articular.
Estes são treináveis e muito relacionados à prática do método Pilates. A importância da flexibilidade nas atividades de vida diária é notória: quando uma articulação não é capaz de realizar seu movimento completo, em toda sua amplitude, somos obrigados compensar esta falta de movimento em outra articulação, para assim conseguir atingir a função desejada.
Desta forma, o local onde a compensação ocorre fica sobrecarregado, e tem seu potencial de lesão aumentado. Portanto, o risco de distensão muscular, entorses e dores fica muito aumentado. Num exemplo prático, podemos pensar que uma dona de casa que pretende alcançar uma prateleira mais alta acima dela precisa do máximo de amplitude de flexão do ombro (movimento de elevar o braço).
Entretanto, se este movimento estiver limitado, ela irá aumentar a extensão da coluna, podendo sobrecarregar suas vértebras e discos vertebrais, o que potencialmente pode gerar uma lesão de disco ou um pinçamento de nervo. Além de diminuir o potencial de lesão, a flexibilidade tem outros benefícios: redução das tensões musculares, melhora da capacidade de coordenação e consciência corporal, aumento da circulação sanguínea local e diminuição do gasto energético.
O método Pilates é uma ótima ferramenta para trabalhar a flexibilidade. A técnica comumente trabalha o alongamento dinâmico, e não estático. O alongamento estático é aquele em que se pede para o indivíduo se manter em uma posição onde o músculo é alongado por pelo menos 30 segundos, e visa mudar a estrutura muscular.
Já os alongamentos dinâmicos visam realizar os movimentos no máximo de sua amplitude fisiológica, de forma fluida e funcional. É realizado de forma ativa, utilizando a força de músculos agonistas e o relaxamento dos antagonistas. Além disso, o Pilates também trabalha exaustivamente a respiração e a concentração (estão nos princípios da técnica!), e vimos que estes fatores têm influência direta na capacidade de flexibilidade articular. Todos os exercícios do Pilates combinam os movimentos com o controle da respiração, além de exigir uma concentração mente-corpo em todos os movimentos realizados.
É importante ressaltar que o treino da flexibilidade, feito em sua maioria por meio de exercícios de alongamento, não tem como objetivo aumentar o tamanho do músculo! Nem o Pilates, nem os alongamentos deixam as pessoas mais altas, mas sim podem melhorar a postura e restaurar a capacidade total de movimento de uma articulação que estava diminuída – seja por desuso da articulação e atrofia muscular, por movimentos que eram realizados de forma incorreta, ou por alguma patologia ou inflamação que possa ter diminuído esta capacidade.
Fonte: Revista Pilates
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