A doença diverticular dos cólons é consequência da herniação da mucosa que reveste internamente o intestino grosso entre as fibras musculares da parede muscular. As doenças diverticulares do intestino (diverticulite e diverticulose) eram raras até o final do século 19, sendo hoje epidêmica nos países ocidentais.
Aos 60 anos, o risco de se desenvolver doença diverticular é de 50%, porém não mais que 10% apresentarão sintomas, e uma parcela menor ainda necessitará de cirurgia. O aumento da incidência deve-se principalmente à drástica redução da ingestão de fibras alimentares.
A diverticulite aguda é uma complicação da doença diverticular decorrente de um processo infeccioso e inflamatório que se inicia dentro do divertículo.
Quando é indicado a cirurgia?
Quando o paciente não responde às medidas clínicas conservadoras ou sua condição está se deteriorando, é necessária uma intervenção cirúrgica urgente. Contudo, pacientes com dor e diverticulite aguda localizada, sem sinais e sintomas que sugiram comprometimento de sua condição sistêmica, podem ser tratados sem internação hospitalar.
Não havendo melhora dos sintomas, recomenda-se a internação. Persistindo dos sintomas, se faz necessário novos exames radiológicos, a fim de se avaliar possíveis complicações - como perfuração livre do intestino, abscessos, peritonite generalizada e fístulas. Nestes casos, a cirurgia é indicada nos abscessos localizados que não responderam a drenagem guiada por radiologia, abscessos pélvicos ou intra-abdominais, pneumoperitôneo (ar livre dentro do abdômen) e peritonite (infecção abdominal) generalizada.
As fistulas são comunicações do intestino com órgãos como a bexiga, a vagina e o ureter, condição essa que também requer tratamento cirúrgico.
A decisão de se intervir cirurgicamente em pacientes com diverticulite sem complicação, ou seja, de forma eletiva, é um assunto sempre controverso. Normalmente é aceita nos casos de pacientes jovens (menos de 50 anos), com sinais obstrutivos, fistulas e dor crônica de difícil resolução.
Já pacientes imunodeprimidos devem ser operados após a primeira crise não complicada, para se evitar uma segunda crise complicada.
Quando a cirurgia não é indicada?
A cirurgia para diverticulite não é indicada:
se a crise de diverticulite aguda não é complicada
quando o paciente está bem do ponto de vista sistêmico e responde às medidas clínicas conservadoras
se a crise de diverticulite aguda é complicada, com abscessos localizados que respondam a drenagem percutânea guiada por radiologia
pacientes sem condições clínicas para tolerar uma cirurgia, por mais simples e rápida que possa ser
Fonte: Minha Vida
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