A artrose, também conhecida como osteoartrite, tem caráter degenerativo e já faz parte da vida de 10 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED). O local que a doença mais afeta é o joelho, com sintomas frequentes em 83% dos homens e 87% das mulheres com mais de 41 anos, segundo dados do livro “Osteoartrite – Cenário Atual e Tendências no Brasil”.
O joelho é uma das partes do corpo que mais suporta carga e tem muitas articulações, por isso acaba sendo muito afetado pela artrose. “A artrose é uma doença degenerativa das articulações. As causas podem ser fatores genéticos, sobrepeso, falta de exercício físico, exagero no uso da articulação, sobrecarga em esportes e desgaste das cartilagens”, explica a fisioterapeuta Mariana Schamas. Joelhos com desvios do eixo – mal alinhamento, por exemplo – e traumas de repetição também podem resultar na doença.
A artrose na região causa dor no paciente e pode levar a uma perda considerável de qualidade de vida, chegando a ocasionar danos irreversíveis, como a deformação e enrijecimento de membros. Alguns dos principais sintomas da patologia podem ser facilmente percebidos em um rápido exame clínico, como uma articulação com dores, inchada, com falta de firmeza ou rangidos. Dificuldades ou reduções na capacidade de movimento também podem ser indícios da artrose. Quando a pessoa percebe sintomas da doença, deve procurar um especialista.
A faixa etária mais afetada é a terceira idade, por conta do envelhecimento natural do corpo. A fisiatra Pérola Grinberg Plapler orienta algumas ações que podem diminuir os sintomas da doença. “Recomenda-se perda de peso, exercícios de fortalecimento e alongamento, dieta balanceada, diminuir a sobrecarga desnecessária e fazer uso de medicação disponível no mercado, sempre prescrito por um especialista”.
Além da questão física, o surgimento da doença pode ser vinculado a outros fatores, como explica a especialista Plapler. “A obesidade é um grande problema na osteoartrite, não só pela sobrecarga mecânica. Sabe-se que a gordura funciona como uma glândula, produzindo uma substância chamada adipocina, que piora a inflamação e provoca artrose. O cigarro pode piorar a qualidade do colágeno das articulações, levando a formação de artrose”.
SINTOMAS:
•Dor no joelho após esforços e melhora com o repouso;
•Sentir rigidez ao se levantar da cama de manhã ou após longos períodos de repouso: geralmente, a dor passa após 30 minutos ou quando começam as atividades normais do dia;
•Presença de estalos ao movimento ou “crepitações”;
•Inchaço e calor, sentidos geralmente na fase inflamatória;
•Sensação de aumento de tamanho do joelho, devido ao crescimento dos ossos ao redor;
•Movimentos mais limitados, especialmente para esticar o joelho totalmente;
•Dificuldade em apoiar a perna no chão;
•Músculos da coxa mais fracos e atrofiados.
CAUSAS:
•Desgaste natural das articulações, devido à idade;
•Estar muito acima do peso;
•Traumatismo direto, como cair de joelhos, por exemplo;
•Doença inflamatória associada ao uso indevido da articulação.
Tratando a artrose no joelho
A artrose é uma doença sem cura conhecida e no joelho não é diferente. Algumas iniciativas podem amenizar os sintomas de dor e limitação causados. “Um tratamento pode ser eficaz em controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Medicamentos adequados e exercícios podem evitar cirurgias e aliviar e controlar os sintomas”, explica Mariana Schamas.
“Ao contrário do que se pensa, exercícios são fundamentais para manter uma boa articulação. Os melhores são os exercícios resistidos – aqueles realizados contra alguma forma de resistência à contração muscular – que fortalecem os músculos, e os de alongamento, que permitem um ângulo de movimentos adequado. O tratamento cirúrgico só é recomendado quando o tratamento medicamentoso associado aos exercícios falha e o paciente tem uma dor incapacitante”, destaca a fisiatra Pérola.
A fisiatra destaca também que há exercícios contraindicados. Se a região afetada for a rótula, os exercícios que dobram e esticam os joelhos, como agachamento ou bicicleta, não devem ser feitos, principalmente se provocarem dor. Quando a doença está entre os ossos do fêmur e da tíbia, a corrida não é aconselhável.
Alguns exercícios simples podem ser eficazes para amenizar as dores e melhorar a qualidade de vida, como explica a fisioterapeuta Mariana Schamas “Ao se deitar e antes de levantar, o paciente pode esticar uma perna de cada vez, alongando a parte posterior da mesma, fazendo duas séries de 10x cada perna. Essa simples ação ajuda a lubrificar a articulação e alongar a musculatura”.
Ambas as especialistas destacaram que um acompanhamento médico é muito importante para tratar a artrose. Para o diagnóstico, deve-se observar os sintomas que o indivíduo apresenta e o médico poderá solicitar um raio-x ou ressonância magnética da articulação.
Fonte: Portal Fisioterapia
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