quarta-feira, 23 de abril de 2014

São refrigerantes tão prejudiciais quanto cigarro?

Você sabia que beber um refrigerante (mesmo de 350 ml) aumenta suas chances de ter diabetes tipo 2 em aproximadamente 20%? Ou que ele também pode danificar seu fígado e seus rins, causar câncer e demência? Isso mesmo, o refrigerante, que está disponível em qualquer lugar que é divulgado por celebridades em todo o mundo, e que afirma ser sinônimo de felicidade, tem sido considerado, por muitos, um produto perigoso.

O SC determinou que a Autoridade de Segurança e Padrões de Alimentos da Índia (FSSAI) monitorasse e realizasse verificações periódicas em todos os refrigerantes, uma vez que a questão diz respeito ao direito fundamental, dos cidadãos, à vida. Uma banca de juízes KS Radhakrishnan e AK Sikri passou à direção quanto à eliminação de um PIL (Public Interest Litigation), que tenta constituir um painel independente para regulamentar os refrigerantes e, desta forma, proteger os cidadãos dos seus efeitos “venenosos”.

“A Segurança Alimentar e Standards Authority of India irão realizar verificações periódicas dos refrigerantes”, disse a banca, acrescentando que o assunto se relaciona com o direito fundamental à vida, garantido pelo artigo 21 da sua Constituição. A PIL alegou que bebidas carbonatadas têm “efeitos deletérios (venenosos) graves sobre a saúde humana” e que nenhuma ação foi tomada para testar e avaliar o risco representado por tais bebidas.

De acordo com um estudo importante feito pelo Imperial College London, sabe-se que quem bebe até 350 ml de bebidas carbonatadas por dia é susceptível a aumentar as chances de contrair diabetes tipo 2 em 20%. Os pesquisadores acreditam que não é apenas o ganho de peso a pior consequência do refrigerante, mas, pior ainda é que também poderia estar causando um aumento na resistência à insulina.

Outras pesquisas têm mostrado que bebidas açucaradas podem danificar o fígado e os rins, e estão ligados ao risco de desenvolver câncer ou demência. Estudos também têm mostrado uma ligação entre o consumo de refrigerantes, doenças cardíacas e um maior risco de hipertensão. O Professor Barry Popkin, da Universidade da Carolina do Norte, disse ao Sunday Times: “Se houver qualquer item em nossa alimentação, que atue como o tabaco, certamente, é o refrigerante”. O Professor Nick Wareham, que liderou a equipe imperial, disse por e-mail: “Etiquetas em bebidas adoçadas com açúcar devem ser explícitas sobre a quantidade de açúcar que elas contêm, e devem dizer que devemos limitar o consumo para que se configure como uma dieta saudável”.

Por que é necessário se preocupar com refrigerantes?

O cientista americano Robert Lustig voltou atenções para o fato de que bebidas e alimentos açucarados devem ser regulamentados da mesma forma que o tabaco. Mais cedo, o prefeito de Nova York Bloomberg tentou proibir refrigerantes “supersize” (copos em fast-food com mais de 500 ml) em sua cidade, mas, sem sucesso, os tribunais decidiram fazer um impeachment, devido à contradição do direito de liberdade de escolha. Já não é novidade que a fácil disponibilidade de açúcar na nossa dieta é o que causa crescimento dos índices de pessoas obesas.

Por que sentimos vontade de açúcar?

Nós, seres humanos, somos projetados para ansiar por açúcar, uma vez que ele contém glicose, o que é essencial para nós, porque é uma fonte de energia que mantém o funcionamento do nosso corpo. No entanto, o açúcar, anteriormente, só estava disponível em fontes naturais, como frutas, o que limitava a quantidade que consumimos. A Era Industrial, entretanto, disponibilizou o açúcar cristal pronto e disponível e agora é difícil encontrar uma sociedade em que o açúcar não esteja profundamente difundido.

Quanto açúcar têm os refrigerantes?

O problema é que os refrigerantes contêm uma grande quantidade de açúcar, 350 ml têm 31,5 g de açúcar. A American Heart Association recomenda que os adolescentes consumam, no máximo, 21 g e crianças, 33 g de açúcar por dia, enquanto que mulheres adultas devem consumir 25 g e homens adultos, 37,5 g. Uma lata de refrigerante, na verdade, tem açúcar suficiente para satisfazer as necessidades de calorias por um dia inteiro, sem adição de qualquer valor nutritivo!

As celebridades estão se tornando as mensageiras da desgraça.

A maioria das crianças e adultos jovens são extremamente impressionáveis ​​e quando veem seus ícones favoritos – estrelas de cinema e esportistas – promover um refrigerante, eles ficam vulneráveis à influencia. A produção real do refrigerante custa muito menos e, se não fosse por anúncios e custos de marketing, refrigerantes teriam um custo muito mais barato. Considere a posição tomada quanto a fumar e beber álcool. Não é necessário anunciar os produtos, e a cada vez em que uma personagem ingere alguma bebida alcoólica ou fuma na TV (não temos isso no Brasil, conforme regulamentação do CONAR), há uma mensagem que exibe os seus perigos.

Se levarmos a sério vários estudos, refrigerantes são responsáveis por causar obesidade, diabetes, doenças do coração e cárie dentária. De fato, se trocarmos o câncer por diabetes e todos os outros problemas, tornaremos o refrigerante tão prejudicial quanto cigarros! Talvez precisemos de uma grande guerra contra refrigerantes, com propagandas similares às do antitabaco, para reduzir seus efeitos nocivos.


Traduzido e adaptado por IKOEH.com

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