quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Síndrome do piriforme

 A síndrome do piriforme (SP) é uma importante causa de dor na região glútea que pode frequentemente ser acompanhada de ciatalgia. Atualmente é descrita como uma forma de encarceramento do nervo isquiático que causa dor desde a região glútea à área de distribuição deste nervo. Tal síndrome representa uma entidade clínica configurada não somente pela presença do quadro álgico, mas também por distúrbios sensitivos, motores e tróficos relacionados à distribuição radicular do nervo isquiático.

ETIOLOGIA

Não há consenso acerca de uma causa comum que determine o aparecimento desta patologia, havendo registros na literatura referentes a traumas ou histórias de trauma na região glútea ou pelve em aproximadamente metade dos casos.
Em virtude do nervo isquiático e músculo piriforme localizarem- se profundamente ao músculo glúteo máximo, torna-se obvio que qualquer trauma nesta região pode desencadear a síndrome. O trauma pode gerar inflamação, edema e espasmo do músculo piriforme, resultando em compressão do nervo contra o ísquio. Inflamações crônicas do músculo piriforme frequentemente são geradas em virtude de alguma variação anatômica, tal qual a passagem anormal do nervo isquiático através do músculo piriforme. Infecções também são referidas como possível fator etiológico para tal síndrome.

TRATAMENTO

Realizando-se um diagnostico correto, o tratamento da síndrome do piriforme é relativamente simples. As metas iniciais do tratamento centram-se no controle do processo inflamatório, associado à dor e ao espasmo muscular, caso esteja presente. Diversas literaturas referem providências a serem tomadas no tratamento da SP: (1) correção dos fatores biomecânicos geradores da síndrome; (2) instrução do paciente acerca de exercícios domiciliares de alongamento, para potencializar a abordagem fisioterapêutica; (3) injeções locais de esteróides e anestésicos; (4) cirurgia de exploração do nervo isquiático e, por vezes, a tenotomia do músculo piriforme.

FISIOTERAPIA

A abordagem de escolha no tratamento desta doença é a fisioterapia, através da cinesioterapia, técnicas de manipulação e reeducação postural. Os alongamentos do músculo piriforme devem fazer parte do cotidiano do paciente, no intuito de se promover descompressão nervosa. Todavia, esta modalidade cinesioterapêutica nunca deve ser realizada durante a fase aguda da doença e obrigatoriamente respeitar o limite de dor do paciente. Exercícios ativos, alongamentos passivos, mobilização dos tecidos moles e facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) são particularmente efetivas no controle dos sintomas e restauração da amplitude de movimento. Além da cinesioterapia, torna-se útil o repouso da musculatura envolvida, além da utilização de recursos físicos como a termoterapia (por adição ou subtração de calor) e eletroterapia.

Fonte: Dr. André Borges - Reabilitação desportiva

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