Como está a força do seu assoalho pélvico? O assunto pode ser desconhecido, porém é de grande importância e necessidade. A estrutura é formada por um conjunto de músculos que garante a sustentação dos órgãos pélvicos – intestino, útero, bexiga. O ginecologista e consultor do programa Bem Estar José Bento e a fisioterapeuta Mirca Batista falam sobre o assunto.
Alguns exercícios, que podem ser feitos em casa, ajudam a fortalecer a musculatura do assoalho. Além do suporte, o assoalho pélvico tem outras funções: ele resiste à pressão para baixo que acompanha o aumento da pressão intra-abdominal (tosse e espirro); sustenta a parede posterior da vagina; auxilia na defecação; sustenta a maior parte do peso da massa fecal; sustenta a cabeça do feto durante o parto e desempenha importante papel na atividade sexual.
Algumas mulheres precisam fortalecer a musculatura depois de operar a endometriose, por exemplo. É o caso da publicitária Inês de Moura Cola, que começou a fisioterapia depois da cirurgia. Na endometriose, parte do endométrio pega o caminho errado e, em vez de sair do corpo, segue pela trompa e cai na cavidade abdominal, gruda no intestino, nos ovários, na bexiga e provoca a dor.
Por causa da doença, Inês teve que retirar o útero e os ovários, mas a cirurgia deixou uma consequência desagradável. “Acabaram as dores, só que tive uma sequela na bexiga. Tive um problema e tive dificuldade de fazer xixi”, conta. Para tratar o problema e as dores é que entram os exercícios. A ideia da fisioterapia é trabalhar o assoalho pélvico, que nada mais é do que o chão da nossa bacia.
A hora do parto
O consultor do Bem Estar e ginecologista José Bento fez um passeio pelo corpo da mulher, na exposição Sentidos do Nascer. Nela é possível percorrer o caminho que o nenê faz até o parto. De acordo com a pediatra e coordenadora da exposição Sônia Lansky, o principal motivo foi o efeito da cesariana marcada.
“O motivo que nos mobilizou foi a prematuridade, que é um dos efeitos da cesárea marcada, antes da hora do bebê nascer. É muito agressivo, é uma violência contra o bebê não esperar o seu tempo de nascer, a sua maturidade, seu processo natural de vir ao mundo.”
Se a cesariana for feita antes da hora certa do bebê nascer, pode acontecer, inclusive, de a mãe não ter leite para amamentar. Só 15% das grávidas precisam mesmo de cesárea. São os casos em que o parto se complica e há risco de mãe ou bebê morrerem, por exemplo. No Brasil, quase 55% dos bebês nascem por esse tipo de cirurgia e mais da metade dessas cesarianas não são emergência. São cirurgias agendadas, com hora marcada.
Diástase
Depois da gravidez, os músculos do abdômen podem não voltar para o lugar normal. Existem jeitos de corrigir, com exercícios e cirurgia. A diástase afeta uma a cada quatro mulheres grávidas. Isso acontece porque os músculos da barriga são pressionados pelo crescimento do útero.
Os músculos retos do abdômen da mãe podem esticar tanto que se abre um espaço entre eles. Depois do parto, o ideal é que eles voltem aos poucos à posição original. Entretanto, com frequência esses músculos não voltam totalmente.
“O que é importante dizer é que a diástase da musculatura reto abdominal não leva a nenhuma consequência de saúde maior. O que acontece é que às vezes a mulher se incomoda de olhar porque percebe que a silhueta do corpo modificou”, explica o ginecologista e obstetra Marcelo Jacobbe.
Uma dieta rica em proteína e exercícios ajuda a recuperar a musculatura, mas muitas mulheres não ficam satisfeitas e recorrem à cirurgia plástica. A cirurgia mais comum é a abdominoplastia, que reaproxima os músculos do abdômen e já retira o excesso de pele.
Fonte: Bem Estar